sábado, 15 de novembro de 2008

Corre, Pula, Entende

Corre Teo, corre mundo, que tudo vem
Mas, calma Teo, seu mundo é todo um único que virá bem
Olha Teo, respira, mas aqui você não escolhe nada
As roupas suas tão limpas são uma tentação
Para o barro na calçada

Pula o mundo Teo
Aqui tudo vai e fica, e tudo vale a pena
É tudo vida
Sonha Teo
Que sonhar é beijar destinos sem sair de casa

Entende pra sempre Teo, que você é um só
Mas que uma só é a chance suficiente pra nascer e viver

Nada que me toca
Que sinto, cheiro, bebo ou finjo

Nada que me tem
Que impera, que me deêm
Ou onde me veêm
Se tornará algo no espaço

Os humanos criaram toda essa maneira de viver
Você é parte disso

Amor Encolhido

Vou te chamar pra ver um filme
Vou te chamar pra sair por ai
Aproveita agora chance essa a tua
Que um desejo muda e fim

O silêncio que é mais inimigo
Que um antigo cais
E partir é sair sem saber
E tenho cada vez mais remédios

A me fazerem favores
Já tenho a vida como uma filmagem
Na qual não se respira. Amor encolhido
Um curta-metragem

E desde que eu não te ame mais do que você me pede
Minhas reflexões serão tranquilas
E nos veremos por algumas horas
Como se fosse para sempre

Amor belo
Como esperar um filho

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

No Idea

That was me
Dispersed
Looking the whiteness
Of a natural brazilian beach

Tired, I've had burned all my fire
I've'd wasted several nights
With cheapy girls, I havent a place to go
And now I am disguted about my soul

Blowing ideas in the paper
No idea about where to go later
I feel all clowdy above my head and inside
I lost my way this year,

Broking three hearts in one only single season
God doesn't exist
But I'm asking him two lovely arms
So I can lay beck my fears

All I see is a massed confusion in the world around me
Incredible I am stiil alive
After many time trusting in lucky step's
Now I got my last chance

And I feel that's the time
I'm grabbing my future
And you are a small part of it
And also the best

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O uivo da pátria amada

Roda Gigante me sinto girar
Cubo mágico exato decifrar
Atmosfera paraíso, hiperlúdico carnaval
Eldorado luxo turvo, vítima de lixo come telejornal

Brasil, brasil, Brasil
País de onde nunca saí
Verde o qual amarelo nunca azul compreendi

Amo, amo, Amo
Com sangue e ódio
E com ciúme e com amor

Nação de sublime descúido
Igarapés secretos, cuícas, tamborins e reco-recos
E todo sol que aqui se põe; antropofágico

Monstruosamente carrega antagonicas beleza
Por cantos e recantos, por dentre, ao redor de galerias de arte
Cientistas nos invejam de Marte

Me deito em quentes praias, mechas brancas que são o seu sono
País eterno do futuro, vive passado e presente de cão sem dono
Onde o tempo corre lento, onde a dor também morre de amor

O que já não é

Tempo foi
Tempo de depois
Tempo de relentos
Do que pensa sente e tenta
Do que me lembra sua mente
Em frente de ser ou estar
De tentar, ou errar ou mantêr

Vida forte, de dor e de muita cor
Pra esquecer, pra disfarçar
Só pensar não é tentar
Só tentar não é valer
Só valer não é gozar
Só gozar não é amar
Só amar não é entender
E sem entender um ao outro
Não iremos a qualquer lugar

Cansei de um mundo que hoje vou enterrar
Junto com poesias e doses de amor
Que não serviram pra ninguém

Como uma festa sem música
Como um amor compulsório
Como dormir sem notícias suas
Como não poder te explicar o universo
Como querer ir a lua

Mas hoje deixo
Tudo passar
Mundo passar
Lua passar

É só o mesmo olhar que já tivemos
Que sempre teremos
Olhar de olhar o tempo
Onde estaremos?

Onde viveremos, onde pediremos?
Onde seremos, onde teremos?
Seremos plantas que colheremos

À sós, sem voz
Por nós, sem nós
Será como um dia escrevendo
Será um dia a mais
Na Terra que criamos

Tudo sem paz

O mar e a nau

Noites vazias
Ruas sem vida
Beijos grudam na retina
Tantas meninas que não são você
Tantas vozes, e uma só se querer

Desculpe, mas de nossos futuros...
Não sei.
São como a nau e o mar
Se provam
Esnobes e obscessivos

Brasis de tantas tribos
Enredo contemporâneo
Manifesto em dose estética
Descomunal dialética

Amor sem dor, numa paixão sem cor, já profética
Sou algo que não me basto
Amanheço em calor desconcreto
Nefasto
Forças da natureza que não agem

Desgraça pouca, bobagem
Eterna contagem
De uma infita viagem
Ao descompasso do horizonte
Naves na amplidão sideral

Sem culpa!
Um momento, sem se sentir
Flutuo!
Possuo assas em sonhos
Que se repetem

sábado, 27 de setembro de 2008

Sua vida

E ela ainda me quer...
Depois de me dispensar, de me esnobar
Ela ainda me quer ver sob suas mãos
Ainda depois de desligar...
De não pedir atenção, de não ir, depois de me apagar
Ela ainda me quer pra brincar
E ainda...
Que aindas, todos seus, sejam e finjam
Ainda que só... Ainda.
Como igual, cada retina
Enxerga o que se ilumina
E que seja qual for sua rima em ...ína
Ou de qualquer parte
Se menino se menina...
Idéias pacíficas
São iguais, em toda parte do mundo
Respire...
Parabéns. Pela
Sua
Vida!!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Liberdade e meninas

Sobre novas pontes de novíssimo cimento
Em brancura... e sob a garoa
Tristes anos de vida sem razão

A mordida de um ditador, a marca e a dor
Indo e vindo...
Jaquetas, cabelos soltos estampas de uns dias de 70
Calças de sinos, óculos exagerados emolduravam os olhos

Tristes e novos
Na única vontade de quem ainda cedo se entregou
Buscavam os meninos...
A liberdade e as meninas

Ouviam discos e passeavam por um Brasil semi-moderno
De peito aberto...
e o coração
Sangrando.

Alguma Coisa Está Fora do Tempo

Essa viagem foi tudo de bom
Fui na floresta
Dancei na cesta
Deixei minha cesta
Amei as ninfas
Beijei as flores
Torrei horrores
Sonhei amores
Curti sabores
Terminei acordando de um sonho
E o filme que fica na cabeça
A batida e o finalzinho da luz
Luzzzzz.................


(05/08/08)

T-AMAR M-ATAR

Esses meus olhos grandes
Fazem esse olhar duro, preso
A boca nesse sorriso forte, teso
Os dentes brancos... mas riem secos

Sou dor em peso
Vejo o lado sério do amor
Onde não há preço
Sinto um soco, não no rosto

Mas no peito
Me sinto estreito, sem jeito
Corro sem freio
O vazio é bruto e feio

Escrevo, despejo
No desterro do travesseiro
Há o frio, onde era calor o dia inteiro
É a outra metade que não veio

Não entendo, não aguento
Distendo...
E no clarear da minha vida...
Me prendo

É assim que aprendo
Não deixar ninguém, nem o vento
Se aproximar do meu sentimento
Senti...

E sofri, amar não consigo
Se entregar não é comigo
Me travo, nem tento
Sou duro e mudo, nem lamento

O amor secou na luz de um ano desses qualquer
Cato os cacos, retomo os trapos, junto farrapos
Me abrigo em meus braços
E choro a beça nos versos

Nos assuntos, desconverso
O mundo mostra seu lado obscuro, tão perverso
O lado lá de dentro que não vemos no espelho, que se revela o amor
O lado branco gelado, o lado sem calor

Amar é só beleza, é só o perfume de promessas
Que não se realizam
Que ficam... pelas ruas, pelas estradas
Caminhos em que nos perdemos

O amor é uma mentira
Na qual nos entretemos
Ele quer cegueira e um grande abismo
Para que nessa dor que é demais, nós nos matemos

Acho que sempre será assim
Montechios e Capuletos virão
E não só eles, mas todos nós, enfrentaremos
Face a face, com o sangue amargo na boca

A realidade de um olhar, que sem palavras diz adeus
A crueldade de numa infinita dor nos despedaçar
As mulheres estão erradas...
Homens também sofrem, e por dentro também são destruídos

Nunca assumirão ou demonstrarão
Mas aqui dentro há a dor
E eu sinto que de mordida em mordida, cada dia
Quando cada severa lágrima brotar

Pra cada uma delas
Virá um dia de minha vida
Que será novo em ilusões
Que serão dias clareando os segredos das paixões

De amanhecer te amando em silêncio
De esperar o dia correr no seu tempo
De saber que de nada adianta tentar entender
Essa dor, esse amor... é tudo por ti, em vão, só pavor

07/08/08

05/08/08

Tempo foi
Tempo de depois
Tempo de relento
Do que pensa, sente e tenta
Do que me lembra sua mente
Em frente de ser ou estar
De tentar, ou errar ou mantêr

Vida forte, de dor e de muita cor pra esquecer, pra disfarçar
Só pensar não é tentar
Só tentar não é valer
Só valer não é gozar
Só gozar não é amar
Só amar não é entender
E sem entender o outro
Não iremos a algum lugar

Cansei de um mundo
Que hoje vou enterrar
Junto com poesias e doses de amor
Que não serviram pra ninguém
Como uma festa sem música
Como um amor compulsório
Como dormir sem notícias suas
Como não poder explicar o universo
Como querer ir pra Lua

Mas hoje deixo:
Tudo passar
Mundo passar
Lua passar

É só o mesmo
O mesmo olhar que já tivemos
Que sempre teremos
Olhar de olhar o tempo
Onde estaremos?
Onde viveremos?
Onde pediremos?
Onde teremos?
Onde Seremos?
Seremos plantas que colheremos
A sós, sem voz
Por nós, sem nós
Será como um dia escrevendo
Será um dia a mais
Querendo saber do tempo
E de onde estás
Onde andarás?
Onde é esse seu lugar
Que não quer me deixar entrar

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Tiê-Sangue

(Tiê)
Tiê pousou...
Pequeno passarinho
Percebeu que era feliz ali na sua mata
Toda cheia de luz
E para nunca mais quis abandonar o seu ninho
Cantou e cantou o seu assovio bom

(Penas)
De carícias macias que faziam o sol e o silêncio da mata
Suas penas de vermelhas já queriam amar as rosas que ali nasciam
Eram pequenas meninas flores

O Tiê se enconlheu, encheu o peito de ar
Que trazia o cheiro perfumado do amor do orvalho com a terra
Cheiro... que dura pouco

(Orvalho)
Que dificíl é segurar esse menino orvalho
Que tem mesmo seu amor é pela negrinha manhã
E que se despede do amor que lhe dá a terra porque...

(Sol)
Teria ele, com o sol, trocado juras de morte. Inimigos mortais.
Pois em grandeza de semi-deus sabe ele
Que ama só e num desejo platônico inalcançavel...

(Terra)
A inconformada e inconsolavel terra, que no findar da madrugada
Se entrega cega ao inebriante sabor injusto da sedução
Com o qual lhe resta se contentar

Porque sabe que o orvalho por ela nutre
Efêmero desejo. Desejo desnecessário
Que nunca, nem ao menos um só dia inteiro terá ela em companhia de seu amado...

Fugitivo amante.
Lhe resta triste se contentar com a atenção de seu pretendente solar
Que fiel e alaranjado em esperanças tenta todos os dias sempre pontualmente

Conquista-la com abraços calorosos. Mas que se derramar no cair da tarde
Aquele estranho amor que é sem querer ser. Amor estepe e sem sabor. É, sendo infeliz.
Termina frio de um loiro opaco o desabor desse amor emprestado

À terra resta amargar sua eterna espera
Por quem, aquele pouco amor e nenhum valor lhe dá
Pois incontrolavel mais que tudo é esse orvalho. Que ama, usa e joga fora

Conquistador, mas que no fundo, mas que no fundo sofre igual por amor
Porque acha infinita a beleza da princesa que é a manhã
Ele se acaba tentando alcança-la e entender porque ela foge...

Deixando secar nos lábios da terra em disperdício
Os beijos doces e o amor, que ele, por ela sem razão
Em vão, febril e inocentemente... tem.

O Tiê, que na sua luz e na sua leveza
Como um poeta, tudo ouve, adora e vê
De tudo ri e se encanta

E mais e mais o Tiê canta
Com ou sem amor pra dar, ele voará
Até o infinito...

Até o amor, que nessa manhã, ele encontrará




Teo Petri 3/7/8

terça-feira, 1 de julho de 2008

Vento e filhos

Por que venta?
Assovio da manhã
Será vento novo? Tenebroso?
Será ele vento de sertão?

Para o meu espanto, falando esperanto
Sem imaginar o que e a medida do quanto
Em maior encanto e enquanto caminho
Para o meu canto vou me levando

Conquanto não santo me sinto
Nem pranto me destino
Só ao frio em desatino
Só em fronte de ser menino

Sonhando que amando uma deusa toda menina
Saberia fazer dela minha. Apenas sonharia
Segue mais seco o frio
Segue o dia em um esverdeado tom vazio

Mas na vida amo e rio
Nos meus olhos
Os seus
Me desconcentrando

Ainda que me gele em vendaval petrificante
Virá novo carnaval descongelante
Virá casa nova
Com os meus e os seus filhos e com nossas fotos nas estantes

quarta-feira, 18 de junho de 2008

enquanto isso na sala...

São dois escritores,jovens na mesa de café da manhã da lanchonete da esquina. Eles entram, sentam-se, debatem e apresentam os textos. Ambos criticam.E por vezes produzem um terceiro texto. Dialético. Talvez poético. São movidos de bom-humor, inteligência, sagacidade, agilidade, falas de insanidade... ...!

...enquanto isso.


Às 4:10 da manhã de domingo, o frio congela a parte de fora de todos cabarés que ainda resistem às temperaturas congelantes do inverno russo. Em seus interiores a música leva a uma espécie de estado hipnótico. No outro lado do mundo faz calor e um brasileiro se fode em cada esquina. E outros que sorriem com dentes de podridão. Televisão e desespero. Os jornais não trazem novidades. São repetições e...
A música já é parte de algo maior. Quando conecta as almas.
Porque sempre haverá o que se falar. Mas é preciso escutar.
A música.
À música.

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Passos

Todas as caixas estão desligadas
É madrugada, e ouço o passo calmo dos carros lá longe
Não dá pra acreditar que haja tanta pressa
O pior já aconteceu
As belas musas também se sentem péssimas às vezes
(set 07)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Má-Fé

Borboletas de semi-repouso
Favelas cubistas
Que tanto brilham aos artistas
Faroestes Neo-nazistas
Violeta Matrix das sambistas

Eu te perco no profundo do amor e da preguiça
Antropofágico sabor da Tropicália
A MTV das migalhas. E da fé.
Becos, não nuvens

Ecológicos verdes Dólares
São dentes onde não há navalha
Que não são plantas, que não são índios
Mas num underground dos trópicos
Sacodem todo preconceito de cor e de classe

Decolo para o voô numa singela vista
O equivoco desigual da realidade que não está na revista
Minha Vênus é Iemanjá num colorido de capoeira
Filho do Rio, subo ao palco imerso na maré
Me desligo, me enveneno

Mundo complexo, multi-impressionante
Que dói, que rasga
Me distraio o olhar...
E fui arremessado
Onde fui parar?

O futuro é a porta do meu quarto

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Ondas

Mesmo o meio-dia não lhe parou a idéia
Cansado, com tênis sujos e rasgados
Escalando as sombras do bairro
Chão e pé. Pés e Belisco. Sola

Colorir sempre teve um gosto de luz
Gosto-broto. Que brota, que não se contém
Que se tem e retém
Elas não podem esperar

Sinta que o vento sopra e o sol queima a pele
No que brota do mar esse gosto em um vácuo de oxigênio
Começa o mar
Tchááá...

Sol amarelo da civilização

Estamos há milhas e a muitos anos luz distantes da "civilização"
Os pés... descalços... felizes na leveza do ar que lhes proporciono
Estamos atrás do que virá amanhã
Hoje o mundo pirou.
A vida é oprimida no ocidente
De olho nas revoluções das páginas dos livros

Buscando beleza no olhar dos antigos anti-heróis
É sabendo que nosso destino é a realidade
O que pode provocar uma profunda ilusão
E tanto quanto uma desilusão às futuras crianças
Dádiva
Povos do mundo, miscigenais-vos!

Pense

NEM TUDO SE ESCREVE
ALGO APENAS PENSA-SE

(06/06/2006)

Viver como Bob Marley

Viver como Bob Marley
Escrever a noite no escuro
Acordar
E ver que usou um lápis branco

Só cérebro
Se lembrar, lembrou
Senão, quem sabe?
Nada a acrescentar...

A revolução não é una
São lagartos saindo das bocas das pessoas
Ou como fazem poucos
Viver a vida como Bob Marley!

Se puder...
Se.
Em direção à luz do dia
Encerrar uma discussão com uma música
Isso é passar a vida como Bob Marley!

É só ir e viver
Cada um tem sua música
Cada um tem seu refrão
Não um, mas vários

Tudo passa quando se ouve a marcha das formigas
É como quando
Coisas pequenas tem mais valor
Ou você pode escolher viver comendo ração

Não, não como Bob Marley!

(06/06/2006)

domingo, 1 de junho de 2008

Tempos (27/05/08)

Tempos de ser menino
Vivo sabor em bocas frescas
Sussuro em cada lágrima cristalina
Pensamentos azuis de amar uma menina

Em queda livre pelos erros da vida
Cores de tintas nas camisas
No rosto de múltiplas etnias
Frio na espinha, noites em florestas surreais

Em barcos, metrôs, no chão, na roda, no avião
Vou pela dança nessa vida para qualquer lugar no futuro adiante
Por guerras ou em camas de hospitais
Feitas de areia

Não há impossível
O que há são esquinas desertas
Escolhas diárias para um mesmo destino
Seguirá voando esse menino-passarinho

sábado, 31 de maio de 2008

Imperfeito

Olhos, lindos olhos
Sujos de sono
De sujas noites,por sujas amigas
Sujos abrigos, sujas matizes

O som que vem da sua boca suja, da sua língua
Da sua pequena maneira de ser deusa
Da sua vontade de ser abraçada
E de ser todas as estrelas do universo

Vontade de ser má e de ter vaidade
Vontade de ver fumaça e de ver claridade
De ser escrava e dona da cidade

E seu umbigo imperfeito
É perfeito
É perfeito...

Exílio

Quando penso em você
Só penso em loira
Em lábios
Em luz

Em sorriso lindo
Em seu olhar colorido
Em seu redor
Em meu delírio

Em seu calor
Em meu exílio
E no sabor do seu pescoço
Meu vício

Em sua viva linda cor
Eu caio
Eu piso
Na sua chance de dor

Te levo, corro o risco
Abre a boca e beija
Que meu beijo é seu
Saiba disso
(04/2007)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Maioridade - Cazuza

Maioridade

Agora eu sei quanto cresci
Já acredito no meu caminho
Se até agora tô vivo
É que deve ser verdade

Vejo a cidade da minha janela
Debruçado nos meus erros
Extravagantes e comuns

Me guio sem razão
À casa de um homem
Ao coração de uma mulher
Mas meu amor não é ficção
Agora eu sei,nem contramão

Agora eu sei
Que cresci
Junto com os meus pecados
E aprendi como eles são engraçados

Eu já vivi de tudo um pouco
Mas tô esperando um truque novo
Que me largue caindo
Do alto de um abismo

O tempo vai dizer
Se o que espero me interessa
Seu eu levo a vida
Ou se é ela que me leva

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Eu Acho

Maldito seja o tempo
Que não se conjuga no feminino
Que era pra eu domina-lo
Maldito do maculino que é o tempo macho

Que é um Deus perdido
Sem razão de existir, existe
Que não precisa de nós para temê-lo e ama-lo
Eu acho...!

Soneto de Aniversário - Vinícus de Moraes

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossigo ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos

Faça a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a tempora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura

E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é esse amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Lógico

Amigos vos digo
O mundo está por se acabar
A dança de que não mais preciso
O dinheiro e o CO2 vão ser engolidos

Os dinossauros terão companhia
O paraíso volta a ser o velho convento das bruxas
A bossa nova e o punk rock se amam de última hora
Cada caixa de cérebros na Terra terá uma última visão

Ah que preguiça...
Deixem-me ser o pouco de Macunaíma que tenho em mim
Só não quero olhares assustados, da grande putaria que chamam Brasil
Mais um carnaval de lama

Cada vez mais apaixonado pela vida, cada vez mais cético
Cada vez mais pobre... onde outros diriam nobre
Perdê-la não foi metade dos problemas que tive
Amigos vos digo

Mulheres vão e vem
Planetas vão e vem
O que valhe ter um, o outro ou ambos
Se mais lindo que tudo é sofrer e chorar por amor

sábado, 10 de maio de 2008

Amanhã

Já dormes
Já vives pura num sonho qualquer
Vives num desejo novo todo frescor
Vais acabar num dia que julgas inatingível

Entre as paredes de uma cidade que não se desmacha da história
Entre dois dias de um tempo passado de em mim ter se jogado
Agora acordo em meio a noite pensando
O que faremos com os longos 7 anos de tempo a se preencher

Eu os vivi, eu os entreguei, eu os borrei, eu amei
Um tanto viajei, um tanto morri
Enquanto você... estava em um lugar que não aqui
Não este mundo não neste tempo...

Carga de textos e letras que trocamos
Técnologia que nos uniu em diferentes planos
Sua adolescência que eu lhe furto em beijos de encantos
Minha injusta experiência, proibida e que vivo disfarçando

Em um dia tudo mudou, de desconhecida a nova vida
De um branco brasileiro que vive entre praias que nunca se acabam
Uma pequena flor ainda desperdiçando seu nascimento
Cheia de flores no cabelo, um corpo cheio de sonhos e uma gama de conchas do mar pra lhe enfeitar

Os dias são momentos que, juro, nunca pude imaginar
Que não pretendi vivenciar
Que não esperava me entregar, pra alguem tão menina em suas escolhas
Mas tão linda em suas desatenções

Foi o que me despertou mais fascínio
Me perdendo por essa trilha sem volta
Como um inocente menino
Que não quer voltar e por isso teima em se deixar machucar

Que sabe que só assim se pode achar o sabor da vida
Que a menina que agora ele espera é um presentinho que ele não sabia desejar
Vai achando que ela é só parte de uma nuvem num todo de um céu
Mas por isso mesmo vai embora num navio sem volta

Numa série de erros já conhecidos
Como postar um poema sem ser lido
Como confiar demais no próprio umbigo
Sem nunca voltar, sem nunca se preocupar, sem nunca apagar

Sem nunca mencionar qualquer amor já vivido

sexta-feira, 9 de maio de 2008

ba(ta)ta (para a batata)

Do(ente)ce sabor
A(mar)go mar
Go(zo)mo bom
Fr(ase)uta leve
P(ão)enso abstrato
Vo(lta)gal diária
Pe(lado)rdido natural
Mu(sica)lher toda
Mo(ver)da tempo
Qu(inze)ente você
An(os)dar deixar
Pe(rceber)gar talvez
L(ivrar)amber muito
Que(brar)rer lhe

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Equipe Kamikaze

Durante toda a gincana não existe uma figura tão importante para nossa equipe como nosso mascote, o Papa Léguas, escolhido por ser uma figura alegre, esperta, com uma alma infantil, disposta a brincar e a acima de tudo não deixar que nunca fiquemos desanimados e desesperançosos.
É com muita alegria que podemos dizer que essa figura nunca irá nos abandonar, independente de quem a encarne, de quem de vida a aquele que da vida a nossa equipe. Agradecemos eternamente a você que durante todo esse tempo já desceu dos mais diversos aviões.
Já pulou, já brincou, já dançou, já riu, já gritou e já rasgou biombos, e este ano permaneceu todas 24 horas dessa loucura que é a história da Equipe Kamikaze.
Toda garra, toda força de cada um de nós está em seus movimentos, em cada um de seus momentos. Ele nos guiou por todos caminhos, nos inspirou e vai nos levar cada vez mais alto e mais longe. No sonho de cada jovem kamikaze, de cada turista que nos vê como loucos por essas ruas de pedras, pelas madrugadas desertas, na chuva, no sol, estamos sempre como os verdadeiros suicídas kamikazes...
Que até o último segundo mantém em vista seu desejo, que busca a vitória custe o que custar. Com imperfeições dignas de aprendizes, que a cada 24 horas de um dia único como esse nos tornamos irmãos, aprendemos a ser paratyenses como outros nunca serão. Pois não há como viver dias como vivemos,sem não nos tornar diferentes e especiais. Uma equipe monstruosa como um enxame amarelo, que estará sempre flutuando pelas pedras e sem dúvida, sempre e cada vez mais amando estar aqui, ser de Paraty, e de uma forma única, extrema, feliz e delirante: SER KAMIKAZE!!!

Teo/Fernando

Meu agradecimento especial a cada pessoa que integrou essa família desde nossas primeiras gincanas ao longo de todos esses anos. Cada um de você é especial. Obrigado.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Pavor Antártico (para o amanhecer em ipanema)

Vasto novo céu de mais um dia
Penso na Antártida
Branca... Vazia...
Inteiro continente de gelo

Mas meu pavor
É pela sua ginga seu samba
Seus olhos de mulher
Seu cheiro e o cio de seus cabelos

Como o vôo da abelha para o mel
Eu vivo por sua voz em seus orgasmos
O suor entre nós
Mas não me explique que tens um novo vício

Te vejo em novos bares perdidos
Em derrotas
És a magra e bela filha do disperdício
No calmo silêncio poético de Paraty ainda estarei

Em busca de manhãs sintéticas
Que me respondam o que você foi
Uma valsa de olhos fechados
Gravidade e peso enamorados

Velório de olhos velados
Uma menina um menino sufocados
O ditador e a rabelde apaixonados
A adrenalida na boca do viciado

Me escute
Desta vida é meu último recado
Das dores a pior
A de não ser lembrado

Dos amores
O maior
E pelo qual
Ter me matado

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Para Sereia

Queria ser um músico para te dedicar melodias apaixonadas
Ou um escritor consagrado para te homenagear com livros de amor
Quem sabe um ator ou dançarino para te encantar simplesmente
Se pudesse seria um anjo belo e perfeito e estaria em você em seus sonhos

Se pudesse queria ser o seu novo amigo, sua nova vizinha, seria seu travesseiro
Quem sabe uma roupa que você goste muito pra ter o seu cheiro, beijar seu ombro
Ou um garoto bobo qualquer, desses que se conhece num fim de noite no último dia de carnaval
Queria ser seu, pra te dar aos goles meus beijos e sugar seus olhares no escuro

Fina Flor (para Jerilee)

Pele clara cor da brancura da manhã
Fingindo-se tímida, pequena e singela
Rosa, roxa, vermelha fina flor
Um jeito único uma coisa que é tão dela

Revoada de sorrisos entre nós
Na cidade tão fria
Onde guardei a noite e dormi de dia
Onde te achei entre tantos cinzas de alquimia

Confissões de menino e menina
Dois pássaros de mundos diferentes
Você aprendendo a me entender na rotina
E eu suas fórmulas inteligentes

Ele...
Ela...
Alturas de São Paulo
E o chão de mar do Rio


Oposta beleza
Banho de calor
Brisa no frio
Curiosidade estranha que atrai

Eles brigaram
Riram
Se entenderam
Se dividiram

Hoje vivem essas crianças
Cada uma sob o sol de suas cidades
Com seus amigos e amores
Dividem ainda o querer bem

O querer infinito de uma amizade
Dois aprendizes de um mundo sem piedade
Nosso tempo foi pequeno
Foi brevidade

Mas meus amigos levo para a eternidade
De mãos dadas por tanta felicidade
Não havendo mais espaço
Para essa saudade

domingo, 27 de abril de 2008

The Good_The Bad_The Ugly

Pain for Van Gogh and his ears
Paint for William Sheakspeare and his pencil
No ending horizonts to James Dean's roads
A peacefull room to Allan Poe's rest
Collorfull flowers in Luther King's graveyard
Furious vulcans in Adolf Hitller's hell
An island for Titanic
Water for Troy's Horse
The pray of a Kamikaze's last day
Honest and pure love to old Prostitutes
The rich capitalism to Gandhi
The flavor of a Amazonical Rain
Eletrified Boys dieing in old world's dance floor's
The Christmas in Haiti and it's empty childs hand's
A quiet Baby Sitter suicide in a frozzen lake
All this is what I fell eating light
Cause I love more than I hate you

Walk Side (para Olivia)

I wanna flote above your eyes
To penetrate you by your blood
Wanna be a send in your hair
A black spot in your white face

Say my name say that you wanna...
Be addicted in my libs
Just like I'am in yours
Drink me...
Like a child drinks his chocolat

Fairy you are the waves
So I'm the ocean
I don´t have a "happy end" plan for us
But believe I'm in my way home desperede
To talk to you

Waiting to see you spelling me your strange wishes
I'm on my basement sleeping with you
In the dark side of my day
In the adorable part of the love I would say

Wake For Me (para Olivia)

In a empty moment
I was
My life give me another spin on the clock
She can´t see my world cause
The issues for we both is a real ocean
That´s not a excusse
What is art for me for her it is not

Two different life styles
Measureds in kilometer and in miles
I really don´t care if you'll not gonna be my wife
Be my best friend
Be my mirror
Be my error
Be my mortal mistake
Be my penguine scapee
Be a language that nobody speaks

Be my american virus
And I'll be your brazilian desire
I'll keep your m's in my mouth
Like a piercing fancy and cute
Just like a pink star
That shines for me overseas
In the misterious north hemisferious

Briliant like a guava
Sweet like a pearl
What kind of crazy people we are
Who talks about of missing umbrelas
For me it's just the beggining
Of a impossible love
A blind history for two young kids
In the same cruel globe across the universe

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Bed In Bad Out

Don´t blame the shame
The gray field is your last view
Pray for the dirty religion of yours
Try to get in a better place

Cause the rats will drink your spirit
Like a baby dropped on the floor
Like the feeling of being forgotten
You'll never do it again

Sorry for the trouble
But I have to dial the magic number
And listen to woman calling me in the deathbed
Oh... I lost my mind again

Cinza

Preciso me concentrar
Mas minha mão trêmula...
Preciso me aliviar
Minha visão tênue

Tenho que me segurar vivo, minha chance de me acabar
Me escute antes que a vida me chute
Antes que uma nuvem mude
Ainda sou uma criança...

Que mentira sou um bandido da minha própria imagem
Sou um doente esquecido num quarto de mofos e destroços
Não sou arte
Não sou paisagem

Preciso de um alívio, um amigo...
Sou um velho sem dinheiro
Que todos desprezam pois não entendem
Que todos riem pois são maus com seus segredos

Quem é podre fede de longe
Eu te vejo com meus olhos amarelos secos
Só quero me comprimir até a morte
Com medo do mundo que só me ensinou a não saber viver

Te odeio mundo dos humanos
Te amaldiçoo porque fui um infeliz
Passei frio
E aos seus belos filhos você deu o Sol nos verões

A mim...
O desespero de morar num cemitério de emoções
Sou um pouco de cada desgraçado
Que traz à lua o lado feio das mentiras

Me deixem apodrecer vivo de olhos abertos
Pois a arte me irrita
A poesia me da falta de paz
Eu só queria colorir a vida

Mas vou voltar ao pó
Como o pó deve ser
Um preto nublado de um branco que nada contém
Que é a cor de quem não existe mais

A Lava & A Neve

Quando se sabe
Do inevitável azar
Em pedaços se descontrói
Minha nova vida

Murchou como uma flor
Mas o amor não se paga
Você ama o amor e o amor te lava
Leve como neve te lava como lava

Me leve
Me pegue
O futuro cuidará de nós

Seríamos reticências
Seríamos até uma nota muda
Como seres humanos imortais

O tempo nos escutando detrás das portas
O chão se levantou de vez

E você está morta
Me explique

A paz

terça-feira, 22 de abril de 2008

Pairando No Ar (num dia de terremoto)

Não há momento
O dia que passa é em forma de silêncio
A vida e o tempo
seguindo seus rumos é o que fere

Não é uma questão de desejo ou nostalgia
São caminhos e descaminhos
que completam o que sou

A moça de ontem não se levanta
Depois do amor na grama
Desfez-se do sopro de vida
E me deixou só

Para em desespero nas boas lembranças
Me lembrar em voz, em choro baixinho
Do último olhar da minha vida

As coisas estão paradas
Mas tudo morrendo
De certa forma
Inexplicável e bonita
Porque infinita

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Casca

Pérola
Krishna
Somero
Cosmopolitan

Goiaba
Hare
Saluton
Sun-Set

O idioma não diz o que o som canta
A palavra se completa com o fonema
Línguas não dizem nada sem as bocas
Uma poesia pode ser grande ainda que vazia

Narcotic Booty

Blondy lady
Sweet eye's
Red faces
Strip'n Strike

Caminho

Que em silêncio
Que em um Domingo
Que da mesma forma
Que o tempo nasça

Que morreria
Que eu voltaria
Que eu beberia
Que o que for que quisesse

Que nem fogo e nem calor
Que você derretesse
Que por mim morresse
Que eu não possa assim dizer-te

Que caminho será este
Que te espero ali na frente
Que em cima da ponte a gente tente
Que dali nada mais ninguém sente

Que é o amor que já veio de repente
Que o beijo é um fim e um fim da angústia da mente

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Aos Demônios do Mundo e a Você

Se de alguma forma pudesse me ver, Nelson numa peça escreveria:

"Com passos lentos e cansado trancou a porta. Deitou-se em sua cama e com o olhar triste tirou as botas. E procurou dentro de si a explicação para o sentimento vazio que ele agora entendia que tinha pelas pessoas. E acima de tudo, por si mesmo, por ter errado.
E em em razão disso ter destruído tudo que havia de alegria e de verdadeiro em sua vida."

De alguma outra forma pudesse ser Vinicíus num poema, de tantos :

"Calado do amor que me destrói
Procuro a dor
Virei dormir em profunda adimiração
Pelo sentimento que perdi

Não mais penso, só me fecho
Hei de amargar em solidão
Perdido, eu e não a vida
Perdida, a cor de seus olhos imortais

Na eternidade como um menino chorarei
Sabendo pouco e insuficientemente, da forma que te amei."

Mas não menos belo seria se fosse Cazuza no alto cantando:

"Sou covarde, sou meretriz. No meu canto vejo arte, o que te falta é ser atriz
Se me entrego eu não me nego. Não sou chiclete que se cuspa
Quero sua saliva e que me engula
Sem dor não se vive baby, mas amar mesmo é pra poucos
Só por diversão é com uns e outros."

Mas nenhum deles e nem ninguém vai ver
Eu no meu quarto
Escrevendo
Pensando em gênios do mundo
Os grandes demônios da poesia

Ardendo em febre por você
Não és Virgínia, a do Negro de Nelson
Nem a Garota, a de Ipanema de Vinícius
Não és também Bete, a do Balanço de Cazuza

Mas és tão magestosa quanto todas elas
E contrariando as leis da física seremos dois corpos ocupando um mesmo espaço
Serás minha fêmea quando serei seu macho... (diria o pornográfico)
Serás dos meus olhos o olhar e do teu cabelo serei seu cacho... (diria o saravá)
Serás meu azul codinome e serei seu amarelo beija-flor... (diria o exagerado)

Serei eu o amor



Teo / Fe

Hálito de Banana (2007)

Na medida em que me levantava da cama
E ainda sentia seu hálito de banana
Percorria com os olhos seus cabelos compridos
O proletário Sol ainda se fazia frio
Minhas pernas pediam o doce café que já eu escutava sua doce mãe passar na cozinha...
Aquela mãe gorda... aquela mãe gorda, gostosa de abraçar.
Aquela gorda que eu também amava.Muito. Como se fosse minha magra mãe , que me fazia um Amargo café.

A água fria que jogo na cara me diz: ande logo rapaz, já é hora, corra... corra ...
Foi o tempo de eu te olhar mais uma vez.
Da sala bebo num gole o café, te olhando fixamente pela porta do quarto entreaberta
É a visão que eu queria ter para o resto do dia.
Na boca o gosto de café me diz: corra bobo rapaz, assim você fica pra trás; corra...
Meu tempo acabou.

Agora em pé espero o ônibus, emudecido pela apressada rotina , sabendo que é uma questão de Tempo, para que logo aquela bela visão..., logo logo no meio dessa fumaça, novamente, aquela Bela visão...
Morra.
Assim que meu ônibus chegar
Assim que sua nuvem de fumaça me disser: corra...

O Feio Preconceito (2007)

Imperfeito
Por um estreito desajeito
Um meio sem recheio
O veio do preconceito
A cara, a grana, vale o sujeito
Macho, branco, rico bate no peito
Preto, pobre, gay sobra de escanteio
Porque se coloca tanto freio?
Porque se divide o mundo ao meio?
De pensar nisso fico de saco cheio.
Em mudanças, não sei se creio.
Pois, dois pássaros na mão é um erro feio
Quero morar de onde você veio
Quero me livrar do seu e-mail
Quero você, sua bunda e seu seio.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Pra Sempre O Carnaval Acabou

Se a nossa geração não deu certo
Não deram certo a Beat e a Hippie
Não deu certo rezar
Também não vai dar certo recomeçar

Se isso te aterroriza eu fico e me sento com você no escuro
Se somos parte de uma raça humana perdida
As Guerras Mundiais e Ipanema vão entender se você chorar
Me amargo em meu espanto, quieto
Por sua espera pela Paz que só demora

Me aperto e não entendo, uma flor como você, sendo pisada, como pode
É o fim dos tempo em São Paulo, é a lírica de Caetano pelo ralo
Vivemos pouco nossas vidas, pois nossas vidas, amada, foram vendidas e escravizadas

Nunca desista, o fundo do mar no aguarda calmo e só
Até lá seguirei aos seus pés, pois te amar é a única maneira de me livrar
Da solidão que percebi que todos, um dia vamos deixar

segunda-feira, 31 de março de 2008

Do Lado de Dentro

Nem minhas palavras nem minhas letras
Vão fazer o seu querer me amar
Mas sua vida minha fada, quero amar
Seja imperfeita ou seja infeliz

Nesse dia que nem nasceu quero te pegar
Abraçar seu sono
Te deixar dormir
Tudo isso porque amo

E o amor nos deixa de uma forma sem explicação
É algo que me deixa fraco, mas me faz forte
Algo que me canto ao ouvido e me cala sem perigo
É te imaginar o dia inteiro vestida de noiva

É beber teu sorriso
É me derramar em seu umbigo
O amor é um abrigo
E é o amor um amigo

Mas ele também é inimigo, porque o amor mata e gosta disso
Essa lágrima gelada vai pra algum lugar
Vai parar em meu queixo

Ela vai secar. É o vento.
Mas quieto e por você, meu amor em forma de carinho, vai chamar

O Preto Moacir

O que vem de arte, vem e vem de Moacir
Vem do perfil do traço certo, da natureza do que é simples
Simples e genial como só a arte pode ser
do preto Moacir e sua cor das tintas
Sua cara feliz, que é mais feliz ainda em seu mundo de expressões
Assombrando de si mesmo
no espelho e na sombra da feiura que não mata o tímido Moacir
Você vive com o suor de seu rosto
"Naquele tempo de outros anos atras, tem vez que... Esqueci."
Tipo uma fumaça, tipo um garrancho
Se vê é verdade, porque ta vendo
ta vendo o Moacir

(insipirado no filme: Moacir - Arte Bruta)

Sem Teorias

Querer você é como querer a lua
Que me olha com amores todas as noites
No canto no escuro
Mas foge e se esconde

Me desespero com essa ausência
Você foi feita pra dominar meu mundo sem sentido
Sem explicações
Não me venha com teorias e respostas que não vou querer saber

A lua mais uma vez sumiu
Diz que só saiu
Mas como você é inalcançável
És a mulher escolhida para escolher a minha vida

Vou te mostrar que mesmo no lado escuro do mundo
Pode-se amar
Mesmo sendo deixado
E mesmo que ninguém te escolha

Beijo Sem Gosto

Eu me vejo, eu me beijo
Eu me quero, eu me desejo
eu me desboto, eu me protejo
é tão fácil te querer
mas não consigo te dizer
bela, eu quero viver dentro de você
quero que entenda que tudo é pra eu tomar você pra mim
como um poeta toma viciado sua overdose diária de versos sintéticos
em memórias de suicídios poéticos
nosso entardecer atômico, de onde ninguém vai levantar
o gosto de um gemido sinfônico, quando te fizer gozar
estou te esperando no futuro, num paraíso onde as plantas não morrem
te amo no silêncio do escuro, como um cego
que as cores dele fogem

sexta-feira, 28 de março de 2008

Dia e Noite (2004)

Dia
Noite
Dia após Dia
Noite após Noite

A cada Dia sem Noite
A Noite tem cara de Dia
Faz um Dia que eu não vejo a Noite
A cada três Noites eu vejo um Dia

A Noite é um não Dia
O Dia é o inverso da Noite
É a Noite quente
E a Noite é o Dia frio

A cada Noite é outro Dia
Para cada Dia tem uma Noite
É durante a Noite que acaba o Dia
Quando nasce o Dia não acabou a Noite

A maioria dos que chegam ao fim da Noite
Nem percebe que falta um Dia para outra Noite
Para quem vive de Dia falta mais Noite
Para quem vive a Noite falta ainda mais Noite

Noite e Dia após Dia após Noite
Dia após Dia
Noite após Noite
Dia..Noite

MAR/2004

Eu e o Mar (meu reflexo)

As coisas comigo não acontecem da forma convencional
Da forma que "deveria ser", ou que pelo menos seja o normal para os outros.
O que parece uma maldição pode se tornar uma benção e o que parece vitória pode vir a me decepcionar.
Os amigos são os melhores, mas tem tantas plantas mortas pela vida que fazem qualquer um perder o tesão.
As músicas, o Brasil e suas praias são alucinantes
Mas as vezes eu me vejo em um quarto fechado, sozinho, sentado e chorando.
Quando caminho fico querendo adivinhar as pessoas que vejo, quem elas querem ser.
Mas é uma tarefa tão entediante quanto jogar joguinhos de celular
Você só faz pra passar o tempo.
Eu não gosto de elogios, porque não sei reagir a eles. Peço apenas críticas ,coisa que só os verdadeiros amigos conseguem nos dar.
A beleza é uma ilusão tanto quanto é uma convenção, um ponto comum na relatividade de Eistein, e é tão livre quanto imposta.
O significado de fé e religião eu ainda não consegui entender ,pois a maioria delas são um grupo de caras fodendo outro grupo de caras ,uns tem ouro outros petróleo e assim ficam esvaziando mentes séculos afora e querendo que os outros sejam ridículos e limitados como eles foram a vida toda.
Eu só espero ter ainda muitos anos para andar descalço em Paraty, e para ver como lá o tempo passa de uma outra forma.Para ver o mar subir... pesar
e descer.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Para Flora

O amor é sempre de todos
O amor é sempre de vários
O amor é sempre de uns com outros
O nosso amor está em cada parte
De um todo de amores em partes.
E um irmão é uma parte
E uma irmã a outra parte.
Que, de dois, tem um amor.
Um amor em duas partes
São duas faces
Que de um amor fazem parte.

terça-feira, 25 de março de 2008

Um Barco Sem Vento

Amor, sei que já não pensa em mim
Sinto isso apesar de tanta distância
Sinto isso no ar pesado que me envolve
Sinto isso na tensão dos seus dedos quando lembra que me esqueceu sozinho
Nesse momento sei da certeza de não te querer
Porque não quero alguém que não me quer
Mesmo que fique mais uma parte de mim
Espero pra te ver quando estiver perto
Nas suas ruas , na sua praia, por enquanto, espero
A beleza dos teus olhos me mata
Minha pequena, tantos dias sem notícias
Um sábado passando escondidinho atrás de um céu cinza de você me esquecer
Minhas esperanças indo embora , vai pra sempre?
Escrevo para não morrer sem remar porque um barco sem vento vai a deriva para o redemoinho dos deuses... ó deusas do amor cego
Pois só faço te esperar
O mundo é muito lindo e muito lindo é o sol se pondo na linha do horizonte
Não quero beleza se meu corpo ficou vazio do seu

Pequenos Mundos

Só queria te dizer pequenas palavras
Palavras que preenchessem sua boca no café da manhã
Que você guardasse pelo dia nas ruas da rotina
Palavras que trouxessem e levassem alguém
Numa dança pela madrugada de ruas descalças
No começo do desencontro
Pequenos desejos. Meus.
Pequenos mundos feitos de fogo
Pequenas vidas, tão pequenas quanto o tempo
Que de tão forte nos deixa longe

segunda-feira, 24 de março de 2008

Numa Galáxia

Sei amar, sei dançar e escrever
Entender a maravilha de estar apaixonado, entender que nado. Que nada.
Que nada é esse tão grande que você deixa em mim?
Seu corpo tão duro, desse rosto forte, desse seu jeito sujo de me querer, você é bela mas me suja.
Meu olho vai borrar sua maquiagem no último abraço
Uma das tantas despedidas,duas vidas despidas, tantas desperdiçadas idas
Não sei do mistério do universo, não sei se as almas realmente voltam a Terra
Não sei se terei outro corpo, outra chance de te procurar
Dançar é meu jeito de tentar te achar
Ontem meu irmão estava compondo em seu violão, eu estava ao lado ouvindo
A beleza inatingível que é a música de um apaixonado
A sujeira que deixa um coração que é roubado
A tristeza que flui de quem morre tentando alcançar uma ilha a nado
Existem milhares de línguas no mundo para dizer amor
Existem milhões de formas para se mostrar o puro amor
Existem músicas infinitas e poemas sagrados, existem luas e auroras
Mas nem meus amigos estão por aqui, nem o vento pra me empurrar
Aqui não há vida, só eu que nado nesse mar sem fim dos versos
A vida se estende
E vadia, você mente
Me tem ,não me larga, porque eu fiz de você minha mulher
Porque faz de mim um rei e porque comigo você é o que quer
É palavra quando quero a eterna escrita dos pequenos seres humanos
É o chão quando vou morrer de tanto dançar... isso é vida
É a fruta que eu amo morder.
É a princesa que eu vou comer, em letras, em melodias, dentro da nossa galáxia.

Pra Goa na Canoa

Na canoa, serenamente, vinda nesse flutuante
Pra Goa de canoa, só cabemos nós
Eu e você nessa boa, deitados, molhados
Me sufoco na sua voz
O sol já beija embriagado
A nuvem e a brisa, duas estrelas e um lago
Os pés entrando na água, bela canoa...
A velocidade se faz lenta
Madeira na água
Madeira e a água juntas fazem um som
És viva e luminosa minha fada
Sereia da minha existência
Amor se faz por merecimento
E por insistência
De olhar o mar que existe dentro e fora de um sonho
De me balançar com você nessa maré pra onde deus quiser