quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Liberdade e meninas

Sobre novas pontes de novíssimo cimento
Em brancura... e sob a garoa
Tristes anos de vida sem razão

A mordida de um ditador, a marca e a dor
Indo e vindo...
Jaquetas, cabelos soltos estampas de uns dias de 70
Calças de sinos, óculos exagerados emolduravam os olhos

Tristes e novos
Na única vontade de quem ainda cedo se entregou
Buscavam os meninos...
A liberdade e as meninas

Ouviam discos e passeavam por um Brasil semi-moderno
De peito aberto...
e o coração
Sangrando.

Alguma Coisa Está Fora do Tempo

Essa viagem foi tudo de bom
Fui na floresta
Dancei na cesta
Deixei minha cesta
Amei as ninfas
Beijei as flores
Torrei horrores
Sonhei amores
Curti sabores
Terminei acordando de um sonho
E o filme que fica na cabeça
A batida e o finalzinho da luz
Luzzzzz.................


(05/08/08)

T-AMAR M-ATAR

Esses meus olhos grandes
Fazem esse olhar duro, preso
A boca nesse sorriso forte, teso
Os dentes brancos... mas riem secos

Sou dor em peso
Vejo o lado sério do amor
Onde não há preço
Sinto um soco, não no rosto

Mas no peito
Me sinto estreito, sem jeito
Corro sem freio
O vazio é bruto e feio

Escrevo, despejo
No desterro do travesseiro
Há o frio, onde era calor o dia inteiro
É a outra metade que não veio

Não entendo, não aguento
Distendo...
E no clarear da minha vida...
Me prendo

É assim que aprendo
Não deixar ninguém, nem o vento
Se aproximar do meu sentimento
Senti...

E sofri, amar não consigo
Se entregar não é comigo
Me travo, nem tento
Sou duro e mudo, nem lamento

O amor secou na luz de um ano desses qualquer
Cato os cacos, retomo os trapos, junto farrapos
Me abrigo em meus braços
E choro a beça nos versos

Nos assuntos, desconverso
O mundo mostra seu lado obscuro, tão perverso
O lado lá de dentro que não vemos no espelho, que se revela o amor
O lado branco gelado, o lado sem calor

Amar é só beleza, é só o perfume de promessas
Que não se realizam
Que ficam... pelas ruas, pelas estradas
Caminhos em que nos perdemos

O amor é uma mentira
Na qual nos entretemos
Ele quer cegueira e um grande abismo
Para que nessa dor que é demais, nós nos matemos

Acho que sempre será assim
Montechios e Capuletos virão
E não só eles, mas todos nós, enfrentaremos
Face a face, com o sangue amargo na boca

A realidade de um olhar, que sem palavras diz adeus
A crueldade de numa infinita dor nos despedaçar
As mulheres estão erradas...
Homens também sofrem, e por dentro também são destruídos

Nunca assumirão ou demonstrarão
Mas aqui dentro há a dor
E eu sinto que de mordida em mordida, cada dia
Quando cada severa lágrima brotar

Pra cada uma delas
Virá um dia de minha vida
Que será novo em ilusões
Que serão dias clareando os segredos das paixões

De amanhecer te amando em silêncio
De esperar o dia correr no seu tempo
De saber que de nada adianta tentar entender
Essa dor, esse amor... é tudo por ti, em vão, só pavor

07/08/08

05/08/08

Tempo foi
Tempo de depois
Tempo de relento
Do que pensa, sente e tenta
Do que me lembra sua mente
Em frente de ser ou estar
De tentar, ou errar ou mantêr

Vida forte, de dor e de muita cor pra esquecer, pra disfarçar
Só pensar não é tentar
Só tentar não é valer
Só valer não é gozar
Só gozar não é amar
Só amar não é entender
E sem entender o outro
Não iremos a algum lugar

Cansei de um mundo
Que hoje vou enterrar
Junto com poesias e doses de amor
Que não serviram pra ninguém
Como uma festa sem música
Como um amor compulsório
Como dormir sem notícias suas
Como não poder explicar o universo
Como querer ir pra Lua

Mas hoje deixo:
Tudo passar
Mundo passar
Lua passar

É só o mesmo
O mesmo olhar que já tivemos
Que sempre teremos
Olhar de olhar o tempo
Onde estaremos?
Onde viveremos?
Onde pediremos?
Onde teremos?
Onde Seremos?
Seremos plantas que colheremos
A sós, sem voz
Por nós, sem nós
Será como um dia escrevendo
Será um dia a mais
Querendo saber do tempo
E de onde estás
Onde andarás?
Onde é esse seu lugar
Que não quer me deixar entrar