Vivo
Não que eu esteja entendendo
Mas vivo, mais por me fazer
Do que pelo o que acabo sendo
Neste momento me pego atento
À esta infinidade, meu cotidiano
Nesta São Paulo, metrópole de nome santo
Na Curitiba, em que estou me levando
No Rio, de pai e mãe me esperando
De meus olhos
Vista seca e convícta
Que me firmo em Brasil
De Guanabara ao Guaíra
Passando pela Paulista
Me amo brasileiro
Conforto miscigenado de um país inteiro
Ao morrer, terei meus dias
Pra te dar, país meu
Coberto, por meu peito aberto
Eterno, meu avô, pai, filho e neto
Meu inverso, terminal fronteira do universo
Seus poucos cientistas e poetas
Seus contornos atlânticos e amazônicos
Pampas, carroças, inédito Pantanal
O Sertão, nada mais nordestino
Amor que não se evita, indefectível armadilha
Para alguém como eu, indiozinho pós-moderno
E todos meus sonhos de menino
Igualité meu carnaval
Liberté me cubra em manguezal
Haja fraternité na falta de moral
Lisboa que seria do Brasil
Se amanhecesse no Senegal
Estrameço na babel que é meu berço
Envelheço, no piscar de olhos, em segredo
E me esqueço, do que, suposto, deveria ser
23/06/09
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário