domingo, 19 de abril de 2009

Assim Eu Vou

Nascido no Brasil, criado no calor
Não veio preto, veio branco, mas que misturou
Cresceu no meio do samba, foi o pai que levou
Ainda na manhã da vida cantei pra Xangô
Mas que o mundo gira, e dali ele se mudou

Foi crescer solto, conhecendo mais de peixe, de fruta, de flor
Numa cidade pequenina, onde veio lua e o mar entrou
E foi ali que ele pousou, materno bangalô
Esqueceu do mundo, descalço o menino brincou

Deixou a vida se encontrar, em paraty que ele amou
Achou amigos, que mudaram o que eu sou
Cosmopólito fim de mundo, amor e arte herdou

Para cada casa que os olhos passou
Notou beleza, que o tempo deixou
Para cada pedra que pisou
Um amor que ele prendeu e um que ele soltou

Dança das fitas, bonita, brincou
Em Cirandas, cachaças, noites que derramou
No Carangueijo caiçara , tal ela, qual bela rodou
Na eletrônica, das praias, incríveis dias raiou

Mundo complexo, diferente, encarou
Saudade
Do povo, de casa
Amigo que foi cedo, chorou
Subindo em galhos, nadando com peixes, nunca acordou

Nas canoas, em Fortes Perpétuos
Calçadas que o mar lavou
Carnavais de máscara
De lama, de graça, um garoto piêrrot
De Festas Literais, poesias ao amor

Sobe e desce pipa do céu, nuvem pro mar
Ouro da serra, viola pro bar
Amor que nunca mais se vê
E que vive a se encontrar

Agora não tenho cana pra beber
Nem telas pra pintar
Agora não tenho tardes a te ver
Cidade do meu sonhar

Não tenho suas festas
Nem seus filhos
Ao meu passar

Agora... lembranças
E uma certeza

Paraty
Quero voltar