quinta-feira, 1 de maio de 2008

Pavor Antártico (para o amanhecer em ipanema)

Vasto novo céu de mais um dia
Penso na Antártida
Branca... Vazia...
Inteiro continente de gelo

Mas meu pavor
É pela sua ginga seu samba
Seus olhos de mulher
Seu cheiro e o cio de seus cabelos

Como o vôo da abelha para o mel
Eu vivo por sua voz em seus orgasmos
O suor entre nós
Mas não me explique que tens um novo vício

Te vejo em novos bares perdidos
Em derrotas
És a magra e bela filha do disperdício
No calmo silêncio poético de Paraty ainda estarei

Em busca de manhãs sintéticas
Que me respondam o que você foi
Uma valsa de olhos fechados
Gravidade e peso enamorados

Velório de olhos velados
Uma menina um menino sufocados
O ditador e a rabelde apaixonados
A adrenalida na boca do viciado

Me escute
Desta vida é meu último recado
Das dores a pior
A de não ser lembrado

Dos amores
O maior
E pelo qual
Ter me matado

2 comentários:

b, disse...

essa bateu la no fundo.
... queria saber escrever assim.
acho que perdi a poesia em mim.

... disse...

Nas ruas sem esquinas,
Não há amanhecer com brisa marinha,
Há gente sozinha.
Há poesia na beira do lago.

Aqui,na cidade cinza,faz frio como no seu continente branco.
Há também ditadores e rebeldes.
Há amores dilacerados.

Onde a arquitetura mora,
também a dor e esquecimento.
Mas pra que se preocupar?
Se no fundo a vida é feita de momento! =]