segunda-feira, 7 de abril de 2008

Aos Demônios do Mundo e a Você

Se de alguma forma pudesse me ver, Nelson numa peça escreveria:

"Com passos lentos e cansado trancou a porta. Deitou-se em sua cama e com o olhar triste tirou as botas. E procurou dentro de si a explicação para o sentimento vazio que ele agora entendia que tinha pelas pessoas. E acima de tudo, por si mesmo, por ter errado.
E em em razão disso ter destruído tudo que havia de alegria e de verdadeiro em sua vida."

De alguma outra forma pudesse ser Vinicíus num poema, de tantos :

"Calado do amor que me destrói
Procuro a dor
Virei dormir em profunda adimiração
Pelo sentimento que perdi

Não mais penso, só me fecho
Hei de amargar em solidão
Perdido, eu e não a vida
Perdida, a cor de seus olhos imortais

Na eternidade como um menino chorarei
Sabendo pouco e insuficientemente, da forma que te amei."

Mas não menos belo seria se fosse Cazuza no alto cantando:

"Sou covarde, sou meretriz. No meu canto vejo arte, o que te falta é ser atriz
Se me entrego eu não me nego. Não sou chiclete que se cuspa
Quero sua saliva e que me engula
Sem dor não se vive baby, mas amar mesmo é pra poucos
Só por diversão é com uns e outros."

Mas nenhum deles e nem ninguém vai ver
Eu no meu quarto
Escrevendo
Pensando em gênios do mundo
Os grandes demônios da poesia

Ardendo em febre por você
Não és Virgínia, a do Negro de Nelson
Nem a Garota, a de Ipanema de Vinícius
Não és também Bete, a do Balanço de Cazuza

Mas és tão magestosa quanto todas elas
E contrariando as leis da física seremos dois corpos ocupando um mesmo espaço
Serás minha fêmea quando serei seu macho... (diria o pornográfico)
Serás dos meus olhos o olhar e do teu cabelo serei seu cacho... (diria o saravá)
Serás meu azul codinome e serei seu amarelo beija-flor... (diria o exagerado)

Serei eu o amor



Teo / Fe

Um comentário:

RENATA CORDEIRO disse...

Oi, Teo, aqui é a Renata, lamento que a manifestção seja no Rio e não em São Paulo, porque se aqui fosse com certeza eu iria. Pode usar o texto à vontade, mas não se squeça de quem o traduziu foi eu. O nome do tradutor tem de aparecer.
Abraços,
Renata Cordeiro